sexta-feira, 16 de setembro de 2011
“A crise consiste precisamente no fato de que o velho está morrendo e o novo ainda não pode nascer. Nesse interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparece”. (GRAMSCI, p. 25-26, 1971)
Já postei algo sobre a crise há um tempo aqui no Blog, mas acredito valer a pena mais uma reflexão sobre ela.
Aliás, como diria Foucault, eu vou deixar que as palavras venham ao acaso e me encontrem, não me preocupo aqui com que meu discurso tenha uma ordem.
Nos momentos de transição, e concluir a faculdade é um deles (porém não é só este o problema que me aflige) é um intervalo em que você não é aquilo que você sempre foi e também não ainda não é aquilo que você virá a ser.
Somos destituídos de nós mesmos, não restando um lar confortante onde nos abrigue como somos.
Quando posto em xeque as nossas certezas e convicções e não nos sentimos mais pertencente aquele lugar , somos obrigados a levantar a vela, soltar a âncora e navegar, mesmo que sem destino, afinal, o desconhecido é melhor que o lugar nenhum.
E quem de longe nos vê preparando a vela, ajustando o mastro, conferindo o casco, checando a bujarrona, soltando a retranca e direcionando a cana do nosso leme em direção a lugar algum, certamente estes, nos darão muitos adjetivos, afinal, quem está de fora vê melhor a situação, já diz a sabedoria popular.
Louco, sem juízo, desesperado...
Desculpe-me dizer para aqueles que preferem a terra firme, firme por suas hipocrisias – não pertenço mais a vocês, não sou mais o que querem que eu seja, desculpe – me, mas Pasárgada não é o meu lugar.
Mas quem está de fora também não sente as emoções, não se toma pela angústia de não saber do amanhã, também não saboreia a alegria de ter chegado a algum lugar, mesmo que não soubéssemos qual era quando saímos, eles não perdem suas noites de sono para a consciência fadigada, e também não descansam sua angústia a sombra da convicção, deixam de experimentar o novo pois se contentado com o velho, não sabem o que perdem, mas também não sabem o que querem...
Definitivamente, não nasci para ver de fora, quero mesmo é viver, com a angústia que for, com o medo que for, com a coragem que me caber, com a visão que me for possível, quero viver, seja o que for, da forma que for e com quem for.
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... "Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos"
ResponderExcluirSigmund Freud.